Pensando na sustentabilidade, um prédio foi construído com 40 contêineres no Centro de Itabuna, cidade no sul da Bahia. A construção foi feita em 6 meses, sem gasto de água, e a quantidade de entulhos gerados durante a obra foi bem menor em relação a uma construção tradicional.
O imóvel tem cinco andares e 2 mil metros quadrados. A obra deixou de usar 6 milhões de metros cúbicos de água.
Por conta da estrutura pronta dos contêineres, o prédio todo foi construído rápido e inaugurado em novembro, na Avenida Firmino Alves. Foi o primeiro projeto 100% sustentável que o arquiteto Matheus Esquivel, morador de Itabuna, participou.
"Vinte anos de profissão e nunca tinha passado por uma experiência dessa. Foi fantástica, saber que a gente pode construir sem poluir, sem degradar o meio ambiente. Essa obra gerou menos de 10% de resíduos, de descartes de material. Todo material de obra hoje vai e polui, a maioria deles é clandestino. Essa obra gerou 90% de aproveitamento dos materiais", explicou Matheus.
Comparado com um prédio comum, os arquitetos dizem que o sustentável tende a ser de 30% a 40% mais barato. Nesse imóvel de Itabuna, funciona uma cooperativa de crédito.
"Trabalhamos com aproveitamento de água de chuva, elevadores inteligentes que tem 75% de economia de energia, as paredes dos contêineres são 300 vezes menos acumuladoras de calor. Isso gera um uso menor de ar-condicionado, gasta menos energia. São vários fatores sustentáveis. A madeira plástica usada na fachada é um material feito de garrafa pet", completou o arquiteto Matheus.
A cooperativa de crédito tem outro prédio 100% sustentável na Paraíba. Na Bahia, esse é o primeiro.
"Itabuna hoje dá um exemplo para a Bahia, para o Brasil, para o mundo, de que é possível estarmos antenados com os gestores e os líderes do século XXI, onde a sustentabilidade é o foco principal, ao lado da economia, do desenvolvimento, do social, da governança. Nós, como cooperativas, estamos dando exemplo porque o nosso principal elo é com as pessoas, então nós temos que melhorar a vida delas", disse Sílvio Porto, presidente da cooperativa de crédito.