O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por intermédio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), após inaugurar a Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umipi) do Cacau em Ilhéus, na Bahia, que, visa fortalecer a cadeia produtiva do cacau, agora parte para um grande investimento de R$ 4,7 milhões em quatro linhas de pesquisa, além de transferência de tecnologia entre as instituições. O anúncio foi realizado pela ministra da agricultura Tereza Cristina em cerimônia virtual, em Brasília.
A parceria com a Embrapa onde foi criada a Umipi alia o conhecimento da Ceplac – responsável por um dos maiores bancos de germoplasma de cacau do mundo – e a infraestrutura da Embrapa com seus laboratórios de pesquisa genética e tecnologia.
Depois de enfrentar pragas, quedas de preço, fechamento de roças e desemprego, a cacauicultura no Brasil vive uma fase de recuperação e perspectiva de aumentar a produção em 60 mil toneladas nos próximos quatro anos. O Brasil já foi o 2º maior produtor mundial de cacau, e, atualmente, ocupa a 7ª posição, atrás de Costa do Marfim, Gana, Equador, Camarões, Nigéria e Indonésia.
A produção anual, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é estimada em 250 mil toneladas, sendo que o Pará figura como maior estado produtor com aproximadamente 129 mil toneladas por ano. A Bahia aparece na sequência, com 113 mil toneladas. Além de produtor de cacau, o Brasil é o 5º maior produtor de chocolate do mundo. O ranking é o mesmo quando se fala em consumo da iguaria, que faz parte do dia a dia do brasileiro. Toda essa indústria é responsável por 300 mil empregos diretos.
A ministra Tereza Cristina destacou que a Umipi é a base para revitalização da cacauicultura e o alcance da meta de autossuficiência na produção de cacau até 2025. Para cumprir a meta, segundo a ministra, é necessária a união da cadeia produtiva e uso intensivo de tecnologia. “Em busca da meta de autossuficiência, esperamos conseguir destinar, ao longo dos próximos dois anos, cerca de R$ 15 milhões ao setor. Promoveremos a expansão da área plantada, a ampliação da produtividade e a melhoria do produto”.
Tereza Cristina ressaltou que a cultura “oferece múltiplos benefícios, desde a geração de emprego e renda à preservação da floresta e à fixação de carbono. Com predominância na agricultura familiar, depende fortemente de apoio. Com a Umipi Cacau, será possível alcançar todos os mais de 70 mil produtores, recuperando a autossuficiência brasileira”.
O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, disse que a nova unidade de pesquisa é um “marco histórico” para a recuperação da produção cacaueira, trazendo “uma nova carga de energia para o produtor de cacau”.